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MOTEL COIMBRA” #6

Opening October 13, 2023, 5 pm

October 13, 2024 - January 26, 2024

College of Arts - University of Coimbra


Theoretical question: what is the way between the memory of the body and the memory of objects

ᴘᴛ┇ Para esta exposição seleccionámos um objecto (óculos), um conjunto de oito fotografas, com as dimensões de 50 x 70 cm e um conjunto de 63 slides (obtidos no período compreendido entre 1977 e 2019), compondo uma caixa de luz com as dimensões de 50 x 50 cm.
No centro deste projecto encontra-se uma reflexão sobre a "memória do corpo" que entendemos sedimentar-se na memória dos lugares, dos objectos, dos movimentos, dos sons e dos cheiros. A metáfora transporta consigo as possibilidades de tais cruzamentos entre horizontes teóricos e artísticos, entre acontecimentos vividos e memórias pessoais; em certo sentido, os objectos expostos são também um dos "lados" daquela metáfora e um "lado" destas memórias vividas.
Esta nossa exposição, integrada na mostra colectiva “Motel Coimbra #6”, 2023, promovida pelo Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, deve ser entendida também, portanto, como um processo de investigação que reflecte sobre a estrutura conceptual que temos desenvolvido em torno dos temas da memória e da corporeidade utilizando linguagens artísticas como a fotografia, o vídeo ou a instalação. Nesta exposição, os objectos acompanhados por atmosferas do passado activam a memória. No momento que recordamos, uma outra atmosfera, a do presente, é capaz de alterar os acontecimentos do passado e vice-versa. Sem nos apercebermos, o corpo gere estes dois momentos e, como resultado, surge uma outra memória quando observamos uma imagem, um objecto, um aroma ou um som.
Os Interstícios da memória são partes da invisibilidade desta experiência (eles são intervalos incluídos na caixa de luz, representados em quadrados aparentemente sem imagens), fazem parte do caminho que seguimos para a realização deste projecto e respectivos ensaios. Os ensaios visuais são realizados  para experimentar e testar esse caminho, para questionar a coerência, talvez o cepticismo de algumas das reflexões. As “Atmosferas”, o “Corpo Desocupado”, a utilização de objectos, de sons ou de aromas são porventura os ensaios onde os hábitos corpóreos podem incorporar vias de acesso para descobrir o visível, o lado espacial da memória.
A memória motivada pela vontade de recordar perante os objectos (acompanhados pelas suas atmosferas) permite o entrelaçamento entre o espaço e o tempo numa estreita relação com o esforço e a duração (sempre finita) da necessidade de activar uma recordação que não é só do passado mas também do presente. Ou seja, a cada momento que estamos perante um objecto, um aroma ou um som a experiência do tempo é realizada em nós. As imagens apresentadas em “Atmosferas” acabam por ser repetições de recordações, sempre com variações. Elas representam o esforço de reconstruir uma memória, porque a memória não se extingue numa representação do passado mas sim na reconstrução ou na recuperação constante de um esforço do passado. É através desse esforço, nesse caminho percorrido (do passado ao presente) na recuperação do “Eu” que acabamos por resgatar a memória “inconsciente”, aquela que parecia perdida na invisibilidade do esquecimento e, que subitamente, sem percebermos como surge, perante um objecto, um som, um aroma, uma sombra, uma atmosfera, ela torna-se presente, visível, tangível.

ᴇɴFor this exhibition, we selected an object (glasses), a set of eight photographs with dimensions of 50 x 70 cm, and a group of 63 slides (taken between 1977 and 2019) composing a lightbox with dimensions of 50 x 50cm.
At the heart of this project, there is a reflection on the "memory of the body", which we understand to be sedimented in the memory of places, objects, movements, sounds and smells. The metaphor carries the possibilities of crossings between theoretical and artistic horizons, experienced events, and personal memories. In a sense, the objects on display are also one of the "sides" of that metaphor and, thus, of these lived memories.
Our participation in the collective exhibition "Motel Coimbra #6”, 2023, promoted by the College of Arts of the University of Coimbra, should also be understood, therefore, as a research process that reflects on the conceptual structure that we have developed around the themes of memory and corporeality using artistic languages such as photography, video or installation. In our work, objects exiling atmospheres from the past activate memory. In those moments, we remember another atmosphere, that of the present, which can alter past events and vice versa. Without us realizing it, the body manages these two moments, and, as a result, another memory appears when we observe an image, an object, an aroma or a sound.
The Interstices of Memory are part of this experience's invisibility (intervals included in the lightbox, represented in squares apparently without images); they are part of the path we follow to carry out this project and respective rehearsals. Visual rehearsals are carried out to experiment and test this path, questioning the coherence, perhaps the scepticism of some of the reflections. The “Atmospheres”, the “Unoccupied Body”, and the use of objects, sounds, or aromas are perhaps the tests where bodily habits can incorporate access routes to discover the visible, the spatial side of memory.
Motivated by remembrance, the memory of objects (accompanied by their atmospheres) allows the intertwining between space and time in relation to the duration (always finite) of the theoretical and practical reflection of a memory that is not only of the past but also of the present. In other words, every moment we are in front of an object, an aroma or a sound, the experience of time is realized in us. The images presented in "Atmospheres" end up being repetitions of memories, always with variations. They represent the effort to reconstruct a memory because memory is not extinguished in a representation of the past but rather in the reconstruction or constant recovery of an effort from the past. It is through this effort; this path is taken (from past to present) in the recovery of the “I” that we end up rescuing the “unconscious” memory, the one that seemed lost in the invisibility of oblivion and that suddenly, without realizing how it appears, before a object, a sound, an aroma, a shadow, an atmosphere, it becomes present, visible, tangible.

Works in exhibition